No meu ponto de vista após um bom tempo de estudo é que não há necessidade de excluir ou diminuir drasticamente o consumo de um macronutriente como o carboidrato, pois ele é a nossa principal fonte de energia. É possível perder peso de forma saudável, sem nenhum tipo de dieta restritiva onde uma das consequências acaba sendo o transtorno alimentar.
As dietas restritivas foram criadas com o intuito de ajudar a melhorar alguma patologia, ou seja, de ajudar no tratamento de alguma doença.
Ao longo da explicação vou acabar usando alguns termos mais científicos, então, se surgir alguma dúvida ou se não tiver conseguido entender, é só deixar uma pergunta que irei responder o mais breve possível.
A dieta cetogênica consiste em uma dieta com alto teor de gordura e baixo teor de carboidratos e proteínas.
A composição dessa dieta resulta em um estado chamado de cetose no metabolismo humano. Quando isso ocorre o corpo quebra as gorduras em ácidos graxos e glicerol transformando os ácidos graxos em moléculas de acetilcoenzima A, que são transformados em corpos cetônicos no fígado.
A maior parte das células do corpo usam cetona e glicose como combustível de energia. Para células que só podem usar a glicose, como em algumas partes do cérebro, o glicerol derivado da dieta de gorduras é transformado em glicose pelo fígado através da gliconeogênese.
Na dieta cetogênica, 65 a 75% das calorias consumidas são provenientes de gorduras, 20 a 25% de proteínas (caracterizando a dieta como hiperproteica também, ou seja, a deita cetogênica é hiperlipídica, hiperproteica e hipoglicídica) e os 5% restantes de carboidratos.
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fonte da imagem: https://entrepreneurevolve.wordpress.com/2019/07/16/you-are-what-you-eat/ |
Como tudo, sempre há os pontos positivos e negativos neste tipo de dieta:
* Benefícios: estudos comprovam a eficácia desta dieta no tratamento de crianças e adolescentes com epilepsia, foi a partir disso que ela passou a ser mais estudada e utilizada em outros diversos tratamentos. Atualmente ela também é conhecida por ser eficaz no tratamento da obesidade contribuindo para a perda de gordura sem consequências metabólicas e hematológicas, principalmente em tecidos hepáticos, cardíacos e renais, auxilia na redução do IMC e percentual de gordura. Nas últimas décadas também vem se evidenciando seu potencial terapêutico em síndrome dos ovários policísticos, acnes, doenças neurológicas e câncer.
* Desvantagens: esse tipo de dieta possuí diversos efeitos colaterais como: desidratação, hipoglicemia (este é o mais comum de ocorrer), vômitos, diarreia, dor de cabeça, constipação e a alteração do hálito onde a boca adquire um gosto amargo ou até mesmo metálico e há alteração no cheiro (a razão para este hálito cetônico é que quando o corpo está em cetose ele cria corpos cetônicos: acetona, acetoacetato e beta-hidroxibutirato. A acetona em particular é excretada pela urina e pelo hálito, o que causa o "ceto-hálito". Essa alteração costuma diminuir em algumas semanas após o início da dieta cetogênica.). Esse modelo de dieta também acaba ocasionando o aumento significativo dos níveis de ácido úrico, creatinina e da enzima AST.
Além disso, muitos estudos comprovam efeitos colaterais
consideráveis tanto para o emagrecimento, quanto no tratamento de doenças como a
epilepsia.
Muitas das evidências publicadas na literatura científica que tratam desse assunto,
apesar de mostrar efeitos específicos sobre perda de peso, redução do IMC, redução de
percentual de gordura e redução do açúcar no sangue, também demonstram uma dieta
desequilibrada (considerando que as dietas cetogênicas são restritas a alimentos de origem
vegetal e carboidratos complexos) com possíveis efeitos colaterais em parâmetros
fisiológicos e bioquímicos específicos.
Por estas razões, sempre antes de começar alguma dieta independente do motivo é importante consultar um nutricionista para que ele elabore a que mais adequar ao seu perfil e faça o acompanhamento para no caso de surgir algum efeito colateral ele consiga realizar os ajustes de forma adequada sem gerar nenhum tipo de prejuízo a sua saúde.
Bibliografia:
HARTMAN, A. L.; VINING, E. P. G. Clinical aspects os the ketogenic diet. Epilepsia.
Disponível em https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1111/j.1528-1167.2007.00914.x.
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