Benefícios dos chás

em sexta-feira, 29 de maio de 2020

benefícios dos chás



  • Chá verde: Chá produzido a partir das folhas da planta Camellia sinensis, é depois da água a bebida não alcoólica mais consumida no mundo. Possui propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, anti-hipertensiva, antidiabéticas, antimutagênicas e termogênicas promovendo a oxidação de gordura. Diversas investigações em populações asiáticas demonstram que o consumo diário do chá verde pode estar associado à diminuição dos riscos para doenças cardiovasculares e vários estudos epidemiológicos sugerem que os potenciais benefícios desses alimentos seriam na redução do risco de desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como o câncer, doenças cardiovasculares, distúrbios metabólicos, doenças neurodegenerativas e enfermidades inflamatórias. Substâncias como os flavonoides presentes no chá verde possuem capacidade de atuar sobre o sistema nervoso simpático (SNS) através da modulação da noradrenalina, aumentando assim a termogênese e a oxidação das gorduras, evitando, dessa forma, o aumento no tamanho e quantidade de adipócitos e, consequentemente, prevenindo o depósito de gordura no organismo e regulando o peso corporal. Neste caso, alguns estudos mostram ainda que as catequinas, também presentes no chá verde, desempenham um papel importante no controle do tecido adiposo, principalmente pela regulação que a EGCG exerce sobre algumas enzimas relacionadas ao anabolismo e catabolismo lipídico, como a acetil CoA carboxilase, Ácido graxo sintetase, lipase pancreática, lipase gástrica e lipooxigenase.

  • Chá de camomila: A camomila é uma das plantas mais utilizadas em remédios naturais, tem indicação terapêutica como antiespasmódico e anti-inflamatório. A camomila é uma planta comum na Europa, sendo facilmente encontrada nos campos, terrenos baldios e campos cultivados. O chá de camomila é feito a partir de suas flores, apresentando efeito eupéptico(auxilia na digestão), anti-espasmódico, anti-inflamatório e anti-séptico. A camomila possui vários princípios ativos e óleos essenciais, entre eles: procamazuleno, camazuleno, bisabolol, fl avonóides, (apigenina, camarina, rutina), esteroides, ácido graxos e vitaminas do complexo B e C, entre outros (Lorenzi & Matos, 2002).

  • Chá preto: O chá preto é uma das bebidas mais consumidas do mundo, feita a partir da infusão de folhas processadas de Camellia sinensis, que é cultivada em mais de 30 países. A diferença entre o chá verde e o chá preto depende de quando as enzimas foliares são inativadas durante o processamento. Na fabricação do chá verde, as enzimas são inativadas imediatamente após a colheita das folhas (TANAKA & KOUNO, 2003). Portanto, a composição de polifenóis no chá verde tende ser semelhante a das folhas frescas (TANAKA et al., 2003). Na produção do chá preto, as catequinas são oxidadas enzimaticamente, gerando uma mistura complexa de polifenóis, constituída de teaflavinas, teasinensinas e tearubiginas (TANAKA & KOUNO, 2003). Estudos sugerem que o chá preto tem efeito protetor contra diversos tipos de câncer e doenças cardiovasculares devido à presença de polifenóis denominados catequinas, que são oxidadas enzimaticamente durante o processamento das folhas. O chá preto possui ação contra os radicais livres, tem potencial anticarcinogênico e antimutagênico (LIANG et al., 1999; CATTERALL et al., 2003) e capacidade para reduzir doenças cardiovasculares (DUFFY et al., 2001). Em contrapartida, alguns estudos evidenciaram efeitos danosos do chá à saúde, relacionando alguns de seus componentes orgânicos ou metais com neoplasias malignas (TAKAHASHI et al., 1992; SCHÜLLER et al., 2004), problemas renais (JACKSON & HUANG, 1983), Mal de Alzheimer (WALTON et al., 1995), anemia (ROSEN, 1992) e fluorose dental (CAO et al., 1997).

  • Chá de gengibre: Originário das florestas tropicais do Sudoeste da Ásia, atualmente também é cultivado no Brasil, o gengibre é uma das mais antigas plantas medicinais do mundo. Na China, o chá de gengibre é feito com os pedaços de gengibre fresco fervido em água e são indicados para o tratamento de gripes, tosses, resfriados e ressacas. Estimulante gastrintestinal, aperiente, combate os gases intestinais, vômitos e rouquidão. É tônico e expectorante. Externamente é revulsivo, utilizado em traumatismos e reumatismos.

  • Chá vermelho: Pelo fato do chá vermelho atuar diretamente  no metabolismo dos lipídeos e no tecido adiposo branco, ele possui como um dos benefícios antiobesidade auxiliando na perda de peso, e ajuda também a reduzir o colesterol alto e gordura visceral. Também tem efeito antidiabético e anticancerígeno comprovado. O consumo dos extratos deste chá fermentado mostrou reduzir as concentrações de gordura, reduzir o aumento de peso, e até mesmo aumentar o gasto calórico, fazendo com que haja perda de peso. O uso contínuo deste chá é capaz de reduzir os triglicerídeos do tecido adiposo através da lipoproteína lipase, e é capaz de reduzir a gordura visceral e o LDL-c do corpo. (ZHEN-HUI et al., 2010). O chá vermelho possui alguns ingredientes ativos como catequinas, ácido gálico, cafeína, aminoácidos livres e açúcar solúvel. A catequina por exemplo, auxilia no tratamento de queda de cabelos.

  • Chá de hortelã: Carvalho (2014), explica que a hortelã pode atuar no tratamento de transtornos digestivos, melhorando os sintomas abdominais em pacientes com a síndrome do cólon irritável, pois apresenta ação antiflatulenta e antiespasmódica. As folhas de hortelã são utilizadas pela população na forma de chá, em casos de má digestão, náuseas e problemas intestinais no aparelho digestivo. Como já foi dito anteriormente, a hortelã é usada para dores de estômago, feridas (cicatrização), tratamento digestivo e cólicas (antiespasmódico), bem como também, para depressão, tosse, resfriado, dor no corpo, dor de cabeça, febre. No entanto, Felten et al. (2015), ressalta que deve-se ter precauções durante a ingestão dessa espécie de hortelã quando feita simultaneamente com medicamentos, pois, estudos experimentais apontam que a absorção de ferro pelas proteínas sanguíneas foi inibida quando chás de hortelã-pimenta foram administrados.


Apesar de todos os benefícios apresentados para o consumo de tais chás, sempre pergunte a um médico ou nutricionista se você pode fazer o uso, principalmente se você for gestante ou possuir alguma doença crônica.

Se tiver alguma sugestão ou quiser saber sobre outro tipo de chá que não foi falado nessa postagem é só deixar um comentário abaixo.
  • Referências bibliográficas:
Ana Elisa Vieira Senger , Carla H. A. Schwanke e Maria Gabriela Valle Gottlieb. "Chá verde (Camellia sinensis) e suas propriedades funcionais nas doenças crônicas não transmissíveis". Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/viewFile/7051/5938&gt Acesso em 29 de maio de 2020.

Renata da Costa Lamarão e Eliane Fialho. "Aspetos funcionais das catequinas do chá verde no metabolismo celular e sua relação com a redução da gordura corporal". Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-52732009000200008&script=sci_arttext&tlng=pt . Acesso em 29 de maio de 2020.

Wellington Pessoti; Cláudio Mendes Pannuti e Ricardo Raitz. "Efeito de um dentifrício fitoterápico na redução de placa bacteriana e gengivite". Disponível em: https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_ciencias_saude/article/viewFile/449/302 Acesso em 29 de maio de 2020.

Luciane Paula Batista Araújo de Oliveira e Sílvia Maria Azevedo dos Santos. "Conciliando diversas formas de tratamento à saúde: um estudo com idosos na atenção primária". Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-07072016000300323&script=sci_arttext&tlng=pt Acesso em 29 de maio de 2020.

Lorenzi, H. & Matos, F.J.A. 2002. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa, Plantarum

TANAKA, T. et al. Production of theasinensins A and D, epigallocatechin gallate dimers of black tea, by oxidation-reduction dismutation of dehydrotheasinensin. Tetrahedron, Oxford, v.59, n.40, p.7939-7947, 2003. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6THR-49FXK73-2&_user=687358&_rdoc=1&_fmt=&_orig=search& _sort=d&view=c&_acct=C000037899&_version=1& _urlVersion=0&_userid=687358&md 5=8480791620800eb531855e63b495d32aAcesso em 29 de maio de 2020.

TANAKA, T.; KOUNO, I. Oxidation of tea catechins: chemical structures and reaction mechanism. Food Science and Technology Research, Tsukuba, v.9, n.2, p.128-133, 2003. Disponível em: http://www.jstage.jst.go.jp/article/fstr/9/2/9_128/_articleAcesso em 29 de maio de 2020.

LIANG, J.Y. Avoidance mechanisms of nutritional-physiological interference of aluminum in the tea plant (Camellia sinensis). 1995. 155f. Thesis (Ph.D. in Agronomy) - National Taiwan University, Taipei, Taiwan.

DUFFY, S.J. et al. Short and long-term black tea consumption reverses endothelial dysfunction in patients with coronary artery disease. Circulation, Dallas, v.104, n.2, p.151-156, 2001.

TAKAHASHI, S. et al. Establishment of a multi-organ carcinogenesis bioassay using rats treated with a combination of five different carcinogens. Journal of Toxicologic Pathology, Tokyo, v.5, v.151-156, 1992.

JACKSON, M.L.; HUANG, P.M. Aluminum of acid soils in the food chain and senility. Science of the Total Environment, Amsterdam, v.28, n.1-3, p.269-276, 1983. Disponível em: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6V78-4HHXWYN-V&_user=687358&_rdoc=1&_fmt=&_orig=search &_sort=d&view=c&_acct=C00003789 9&_version=1&_urlVersion= 0&_userid=687358&md5=89ffc805d17aabf7ff75860dd0f85516Acesso em 29 de maio de 2020.

WALTON, J. et al. Uptake of trace amounts of aluminium into the brain from drinking water. Neuro Toxicology, Little Rock, v.16, p.187-190, 1995. 

ROSEN, J.F. Effects of low levels of lead exposure. Science, Washington, v.256, n.5055, p.294, 1992.

Juliana Domingues Lima; Paulo Mazzafera; Wilson da Silva Moraes; Reginaldo Barboza da SilvaChá: aspectos relacionados à qualidade e perspectivas. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-84782009000400049&script=sci_arttext Acesso em 29 de maio de 2020.

PALHARIN, Luiz Henrique Di Creddo; FIGUEIREDO NETO, Eliseu; CAMARGO LOPES, Matheus Pereira; BOSQUE, Gisleine Galvão. Estudo sobre gengibre. Disponível em: http://www.faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/5D3Iu05EHeEnqPl_2013-5-10-12-17-59.pdf Acesso em 29 de maio de 2020.

CAO, Zhen-Hui. Effect of Pu-Erh Tea on Body fat and Lipid Profiles in Rats with Dietinduced Obesity. 2010. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ptr.3247/epdf?r3_referer=wol&tracking_ac . Acesso em 29 de maio de 2020.

CARVALHO, Melissa Mello de. Dificuldades na aquisição de medicamentos fitoterápicos para o componente básico da assistência farmacêutica no estado do Paraná. Monografia [Especialização], 2014. 51p. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2014. Disponível em: .https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/5070https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/5070 Acesso em 29 de maio de 2020.

FELTEN, Rafaela Dutra et al. Interações medicamentosas associadas a fitoterápicos fornecidos pelo sistema único de saúde. Revista Inova Saúde, Criciúma, v. 4, n. 1, jul., 2015. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Karen_Magnus/pu blication/287127224_Interacoes_medicamentosas_associa das_a_fitoterapicos_fornecidos_pelo_Sistema_Unico_de_ Saude/links/56a0c18a08aee4d26ad7dc39.pdfhttps://www.researchgate.net/profile/Karen_Magnus/pu blication/287127224_Interacoes_medicamentosas_associa das_a_fitoterapicos_fornecidos_pelo_Sistema_Unico_de_ Saude/links/56a0c18a08aee4d26ad7dc39.pdf Acesso em 29 de maio de 2020.

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